Soletrar...




Soletro o silêncio em... desfiguradas vidas que me rodeiam, desfiguradas e impertinentes nadas, só escuto a voz do coração inquietante e depois mais nada resta a não ser a desconfortante sensação de vazio a nascer dentro de mim, a crescer como uma planta, devagar, solta-se à margem do meu corpo o amanhã que floresce e eu adormeço porque me apetece, só porque me apetece porque a vontade de adormecer é nula.
Calo-me, calo os outros, fico só a pensar como seria não sentir o coração bater ao ritmo da vida, parece mesmo que tudo desaparece assim do nada, quando tens algo para te aquecer perdes a fogueira dos teus passos e só o frio me resta.
Passo tempos infinitos assim a tentar encontrar uma caixa vazia onde permanecer, as caixas tão todas cheias de lamúrios e revoltas interiores que outros inventam. Calo-me outra vez, não vale a pena falar de mais nada porque o momento em que me encontro é assim mesmo. Não me encontro só mas encontro-me sozinha. Contradição? Sim, talvez! Todos têm direito a pensar duas vezes em vez de uma... contradizer-me não mas contradizerem-se sim. Força!

0 comentários: