O tom dos tipos

hora de escolher a família tipográfica para compor o trabalho é a hora de se dedicar um certo tempo à pesquisa, além de ser uns dos momentos mais agradáveis para grande parte dos designers, creio. Ficar “namorando” a fonte que será utilizada no trabalho pode ser uma tarefa árdua e criteriosa, porém, estar atento a alguns conceitos, pode tornar a tarefa um pouco mais simples.

É focado em alguns desses conceitos, que o designer gráfico chileno Juan Pablo de Gregorio, em seu blog Letritas, elaborou uma interessante analogia entre os tipos com os tons de voz. Segundo Juan, não utilizamos o mesmo tom de voz o tempo todo. É bem possível que você não tenha o mesmo tom ao falar com um cliente, e quando vai ao mercado comprar frutas, sem o nível de stress e mais relaxado. Então, é possível elaborar uma análise a partir dessas nuances de tons e criar formas visuais que os representem.

Claro que isso não é nenhuma novidade, muito menos uma descoberta para os profissionais da área, porém, é sempre válido explicitar esses conceitos, assim como fez Juan Pablo.

Abaixo segue alguns exemplos com tradução livre de Alexandre Lucas.

Clareza



Imaginemos a voz de nossa professora primária. Aquela que nos ensinou a ler. Possivelmente com uma voz simpática e entusiasmada. Sempre fazendo esforços gigantescos para que sua voz seja a mais clara possível e priorizando ensinar palavras fáceis com sons muito simples para que as crianças não se confundam na hora de desenhar as letras.

Classe



Pense agora como seria a escrita da voz de um síndico de um edifício de alto padrão. Ele é um senhor conservador e que da valor as coisas antigas. Nunca vacila com o idioma e usa a plenitude de seu vocabulário correto, seja com seu neto de 6 anos ou com um executivo amigo. É pontual e muito refinado. Só escuta música clássica e usa roupas bem alinhadas. Possivelmente usa um par de sapatos impecavelmente engraxados aos domingos pela manhã somente para ir a comprar o jornal.

Simpatia



Pense naquele figura que tenha sido um gordinho simpático toda sua vida. Tem por volta de 30 anos porém esbanja infantilidade. Uma reunião do pessoal das antigas nunca seria o mesmo sem ele e todos se reúnem ao seu redor para ouvir suas divertidas histórias, sempre contadas com uma voz alta, alegre e de entusiasmo único.

Psicodelismo



A voz de um hippie é bem característica. É calma e quase cantada. Fala somente frases pré fabricadas e defende ideais que talvez nem ele mesmo entenda. Adora o ar livre e o contato com a natureza, sempre com suas roupas largas e despojadas pontuadas por muitos adereços artesanais esquisitos.

Vanguarda



É um jovem transgressor, porém contido. Consome tecnologia como um louco e adora passar horas em frente ao seu computador. Adora experimentar vozes estranhas recheadas de expressões únicas e em constante mutação. Está com a cabeça mais no futuro do que no passado. Não pensa duas vezes em sacar seu iPhone conectado a uma banda larga mega-rápida para consultar sobre alguma coisa simples a decidir ou lembrar algum fato histórico que alguém já disse ter sido interessante antes da invenção da internet.

Adolescência (feminina)



A voz da menina adolescente é ingênua, tímida porém com um entusiasmo próprio da idade. Ela geralmente é segura de si dentro de seu universo de complicações simples e quer transmitir a elegância e a distinção das mulheres mais velhas.

Sofisticação (feminina)




A irmã mais velha, um pouco mais madura e já tem certeza do que quer. É solteira convicta e se considera uma artista plástica que gosta de estar antenada culturalmente. Adora cinema alternativo, é elegante e sabe, como nenhuma outra, andar de salto alto. Em um evento fashion sabe ser sofisticada e se distinguir das demais.

Formalidade



Um jornalista do noticiário possui a voz clara e pausada. Ele lê as notícias da maneira mais formal possível, sem atropelos e demonstrando o mínimo de emoção. É jovem mas nem tanto, querendo sempre passar a impressão de ser mais maduro do que é. Centrado, estudioso e bem comportado. Evita a todo custo constranger a si mesmo.

Dinamismo



O tom de voz de um esportista é mais rústico e simples. Robusto, dinâmico, forte e decidido tenta sempre transmitir suas habilidades em competir. O amor ao seu estilo de vida empresta um ar passional e quase religioso as suas falas.

Currículo X Portfolio

Apresentar um bom currículo é indispensável na hora daquela entrevista. Porém, os antigos currículos, onde o que valia era a quantidade de informações fornecidas, não atendem as expectativas atuais.
O currículo de hoje requer qualidade, síntese nas informações e uma boa apresentação. Deixe somente os dados relevantes, se você for convocado para uma entrevista, provavelmente terá oportunidade de expor seus conhecimentos e experiências com mais detalhes. Afinal, para isso servem as entrevistas.

Para as pessoas da área criativa, vale dedicar um pouco mais na apresentação do currículo, deixando-o mais atrativo, porém, sem esquecer a sua finalidade, deixando as “experimentações” para o portfolio .

Mesmo com todos os esforços para se apresentar um bom e atrativo currículo, isso poderá não ser suficiente. Muitas vezes, eles “agam” para ele, e o que vai mandar mesmo, é o que realmente você sabe fazer, seu portfolio. Em que você é formado ou no que você investiu não é o mais importante. Tem experiência? Sabe operar bem os softwares exigidos? Seus trabalhos são “bakanas”? Ou até mesmo um “Sabe mexer no Corel? (sacanagem!)” Tá dentro!

De qualquer forma, vale investir nas duas formas de apresentação. E como diz aquele ditado: “Em casa de ferreiro, o espeto é de pau”. Às vezes ficamos descuidados, e não investimos na elaboração desses materiais, não atualizamos, ou até mesmo não os temos, nem que seja para “obrarem” neles.

50 razões para não casar com um designer gráfico



Estereótipos… Atire a primeira pedra aquele profissional/profissão que não os tenha. Geralmente, estas características tão peculiares acabam passando despercebidas para quem as têm, mas não para quem assiste a tudo pelo lado de fora, e acabam por virar piada. Designers, programadores, publicitários e nerds de plantão são figuras bastante estereotipadas, as atitudes e costumes de alguns acabam se tornando as de todos.

Com base nesses hábitos foi criado uma lista com 50 razões para não se casar com um designer gráfico. Claro que está mais pra gozação do que conselhos propriamente ditos, então pode ficar tranquila(o) se você estava pensando em casar com um(a) designer. Dificilmente ele terá todas essas características (talvez umas 40 no máximo, rs…).
No entato, não podemos negar que seria mais trágico se não fosse cômico.



Há milhões e milhões de designers no mundo.
São egoístas e egôcentricos.
Todos tem salários baixos.
Não aceitam críticas (recebem mas não as entendem).
Eles odeiam outros designers.
Não sabem somar nem subtrair quando vão ao mercado.
Não sabem mudar uma lâmpada sem fazer um esboço
Gostam de ver os créditos completos do filme (e cenas cortadas).
Não deixam você decorar a sua casa.
Tudo é um grande brainstorm (tempestade de ideias).
Você nunca saberá se os documentos e credenciais são reais ou adulterados.
Fazem montagem com suas fotos.
Mantêm revista e qualquer coisa que tenha fotos no banheiro.
Idolatram pessoas totalmente desconhecidas (Bansky, Sagmeister, Basquiat, Paul Rand, etc.).
Tira fotos para seu diário todos os dias.
Acham que tudo pode ser resolvido com um Shape ou uma nova Layer.
Tudo é justificado a esquerda, direito e centro, pelo menos quando estão atrasados.
Todos odeiam a fonte “Comic Sans” (e amam Helvetica).
Tomam bebidas de qualquer espécie apenas porque gostam da embalagem.
Eles roubam placa da rua e orelhões telefônicos.
Roubam cartazes de shows e eventos e te fazem passar vergonha.
Amam ténis com cores estranhas e bizarras.
Usam all star com roupa social e acham o máximo (Cuidado ele pode usar isso no casamento).
Tem sempre marcas de tintas em suas mãos.
Eles ficam irritados com as palavras: bonito, feio e artista.
Eles precisam consultar o Pantone antes de se vestir para saber a combinação correta e para ter um contraste legal.
Eles odeiam Office (Word, Excel, PowerPoint, Publisher).
Acham que podem salvar o mundo com um cartaz bonito.
Eles sempre sabem tudo todo o tempo.
Gostam de músicas “Indie” (Aquela música que metade da humanidade nunca ouviu falar).
Criam suas piadas locais, e vão rir daquele video que você achou sem graça no Youtube.
Lêem livros raros, histórias para crianças e semiótica.
Eles gastam horas incontáveis em seus espaços, rindo sozinhos, com seu computador (geralmente Mac).
Sua vida social depende de seus amigos e outro designer.
A maioria é viciada em tecnologia, ou seja todo o dinheiro da família vai parar na Apple Store.
Eles gostam de camisas com estampas e alguma brincadeira sobre algo atual ou muito retrô.
Todos tem suas lojas preferidas, que atendem o público “Staile”.
Eles viram psicopatas quando você diz que design é apenas desenho.
Começam a rir sozinho quando pensam em como executar um job.
Fumam maconha!
Sempre dizem que podem superar o trabalho dos outros.
Todos já foram ou cogitarão ser DJs (pelo menos uma vez).
Costumam vender tudo que compram, livros, revistas, canetas, camisetas (cuidado você está a venda).
Todos tem personalidade geeks e infantis.
Gostam de desenhos americanos ou japoneses e passarão horas assistindo.
Gostam de mudar de cidade, estado país o tempo todo.
Trabalham retocando foto de modelos e olhando mulheres em grande parte do seu tempo.
Assistem documentários e vão a museus o tempo todo, não importa o que seja.
Fumam Camel porque acham a carteira bonitinha.
Tenha sempre um bom sonho, porque eles trabalham a noite.

PRAZOOOO |_



Entregar o serviço dentro do prazo é fundamental. Na área de criação, o prazo se torna quase que um inimigo, te restringindo, pressionando, até podando suas idéias. Mas não tem jeito, o prazo está ai, e quase todos os serviços são pra ontem.
Quem trabalha como freelancer ou mesmo uma empresa, se vê a todo momento, atrasando a entrega dos serviços, seja pela falta de tempo hábil/organização ou pelo próprio cliente com suas indecisões e mudanças infindáveis. Seja qual motivo for, a desculpa é inevitável.

Se você é um cliente e já ouviu alguma dessas palavras citadas abaixo, referentes a prazo, veja o que realmente quer dizer:

Depende:
Envolve a conjunção de várias incógnitas, todas desfavoráveis. Em situações anormais, pode até significar sim, embora até hoje tal fenômeno só tenha sido registrado em testes teóricos de laboratório. O mais comum é que signifique diversos pretextos para dizer não..

Já já:
Aos incautos, pode dar a impressão de ser duas vezes mais rápido do que já. Ledo engano; é muito mais lento.. Faço já significa “passou a ser minha primeira prioridade”, enquanto “faço já já” quer dizer apenas “assim que eu terminar de ler alguns blogs, prometo que vou pensar a respeito.”

Logo:
Logo é bem mais tempo do que dentro em breve e muito mais do que daqui a pouco.. É tão indeterminado que pode até levar séculos. Logo chegaremos a outras galáxias, por exemplo. É preciso também tomar cuidado com a frase “Mas logo eu?”, que quer dizer “tô fora!”.

Mês que vem:
Parece coisa de primeiro grau, mas ainda tem brasileiro que não entendeu. Existem só três tipos de meses: aquele em que estamos agora, os que já passaram e os que ainda estão por vir. Portanto, todos os meses, do próximo até o Apocalipse, são meses que vêm!

No máximo:
Essa é fácil: quer dizer no mínimo. Exemplo: Entrego em meia hora, no máximo. Significa que a única certeza é de que a coisa não será entregue antes de meia hora.

Pode deixar:
Traduz-se como “nunca”.

Por volta:
Similar a no máximo. É uma medida de tempo dilatada, em que o limite inferior é claro, mas o superior é totalmente indefinido. Por volta das 5h quer dizer a partir das 5h.

Sem falta:
É uma expressão que só se usa depois do terceiro atraso. Porque depois do primeiro atraso, deve-se dizer “fique tranqüilo que amanhã eu entrego .” E depois do segundo atraso, “relaxa, amanhã estará em sua mesa. Só aí é que vem o amanhã, sem falta.”

Um minutinho:
É um período de tempo incerto e não sabido, que nada tem a ver com um intervalo de 60 segundos e raramente dura menos que cinco minutos.

Tá saindo:
Ou seja: vai demorar. E muito. Não adianta bufar. Os dois verbos juntos indicam tempo contínuo. Não entendeu? É para continuar a esperar? Capisce! Understood? Comprendez-vous? Sacou? Mas não esquenta que já tá saindo…

Veja bem:
É o Day After do DEPENDE. Significa “viu como pressionar não adianta?” É utilizado da seguinte maneira: “Mas você não prometeu os cálculos para hoje?” Resposta: “Veja bem…” Se dito neste tom, após a frase “não vou mais tolerar atrasos, OK?”, exprime dó e piedade por tamanha ignorância sobre nossa cultura.

Zás-Trás:
Palavra em moda até uns 50 anos atrás e que significava ligeireza no cumprimento de uma tarefa, com total eficiência e sem nenhuma desculpa. Por isso mesmo, caiu em desuso e foi abolida do dicionário.

INTRO DESIGN